segunda-feira, 12 de novembro de 2007

FINAL

- VICTOR-

Junho de 2002, final da Copa entre Brasil e Alemanha, primeiro ano de vida do pequeno Daniel. Eles estavam festejando o aniversário do menino no jardim.

Muita coisa havia mudado na vida de Ben e Gabriella.

Eles precisaram de um bom tempo para se acostumar a viver sem tantas aventuras. A vida tomava agora o seu rumo normal.

Karin veio com seu namorado, um holandês. que ela conheceu quando estava de férias em Portugal, com sua mãe e Victor. Ela estava feliz por estar grávida de dois meses.

Gabriella e Ben ficavam felizes com a visita deles, pois assim podiam abraçar Victor pessoalmente. Eles haviam decidido que seria melhor para o menino se ele continuasse ao lado de Karin, pois como explicar a uma criança toda esta história? Com o tempo eles iriam esclarecendo para ele como tudo realmente aconteceu.

Fora disso, eles confiavam em Karin. Ela tinha sido mais que amiga num momento muito difícil e demonstrara muita coragem fugindo daquela ilha com o menino. Tudo o que eles queriam era ver o filho que agora crescia a pleno vapor ser feliz e livre de qualquer complexo que aquele rapto pudesse ter deixado no menino. Quanto ao resto, eles não tinham pressa, pois a própria vida havia ensinado para eles muita coisa, principalmente a saber esperar.

Também estava presente o inspetor Teuscher e sua esposa que acabou se tornando amigo íntimo da família Hallmann e dois amiguinhos quase da mesma idade de Victor que eram vizinhos de Ben e Gabriella.

Eles faziam churrasco no fundo do quintal e bebiam cerveja. Embora a Alemanha tivesse perdido de dois à zero para o Brasil, eles estavam felizes e tranqüilos.

Teuscher e sua esposa se foram. Karin e seu namorado também queriam ir.

- Mãe, me deixa ficar aqui na casa do tio Ben. - pedia Victor a Karin.

Gabriella e Ben a olhavam com os olhos brilhantes, eles também queriam a mesma coisa.

-Mas só se você se comportar. - falou Karin sorrindo e se despedindo do filho.

Victor a abraçou e correu para o quintal onde seus amiguinhos o aguardavam para uma partida de futebol.

Já tinha anoitecido quando eles se foram e Victor subiu ao portão para dizer adeus quando um carro parou e de lá desceu um homem alto, com um corpo atlético e de cabelos prateado.

Ele olhou bem em redor e verificou que ninguém estava por perto e só então chamou o menino pelo nome.

-Victor! Victor!

-Sim - respondeu o menino segurando a bola embaixo do braço.

O menino ficou olhando para dentro do carro onde um outro homem mais jovem o esperava com o carro ligado. O menino apontou para o carro e disse:

-O senhor tem um carro legal! - o homem sorriu.

-Veja, eu tenho um presente para você. Pegue.

-Mas quem faz aniversário hoje é o meu primo Daniel. - falou o menino esticando os braços para pegar o presente.

-Verdade?! - disse o homem.

Nesse mesmo instante Gabriella veio de dentro da casa e chamou pelo filho que ainda estava pendurado ao portão.

-Um dia eu volto. Adeus! - mas o menino nada respondeu. Antes voltou-se com o seu corpinho para trás para ver Gabriella que vinha ao seu encontro. Mas quando tornou a se virar para falar “obrigado pelo presente” ele viu que o outro homem que estava ao volante do carro já havia dado partida e sumia no final da rua.

-Victor! Onde você está? - tornou Gabriella a chamar.

Arthur não podia nunca imaginar que Markus conseguiria colocar todos os explosivos nos vagões dois e três. E que nenhuma outra pessoa morreria nesta missão impossível a não ser Steffany, Georg, Klaus e toda aquela Gang de mafiosos.

-Você tem certeza de que mais ninguém sairá morto nesta operação? Eu não quero que outras pessoas inocentes tenham que pagar um preço tão alto. Muita gente já morreu nessa história.

-Não se preocupe, pai. A pessoa que estará dirigindo aquela máquina é um perito em dirigir trens e também em voar se for preciso.

-Eu não falo só sobre ele, eu falo sobre as pessoas que estarão nos outros vagões. - Disse Arthur preocupado.

-O cuidado que devemos ter é que ninguém mais possa viajar naqueles vagões. O resto deixa comigo.

-Para isso eu comprei todos os lugares, a vendedora me garantiu que todos foram vendidos só para mim.

-Então a única pessoa que tem que tomar realmente cuidado é você, pai. Se alguma coisa der errado, você não escapa com vida, por isso precisamos ser precisos e nada deve fugir ao nosso controle.

-Farei o meu melhor, filho. - E Arthur o abraçara carinhosamente como que querendo recompensar todo o tempo perdido longe do filho.

Ele podia lembrar-se de cada palavra daquela noite e de como eles se abraçaram, pois no fundo, no fundo, eles tinham medo sim, de que alguma coisa saísse errado.

Antes ele recebera ordens de Stefanny para que comprasse passagens de avião para a Suíça e a volta eles fariam de trem no mesmo dia. Que ele deveria comprar todas as passagens dos dois vagões, pois eles queriam tratar os negócios com os dois grupos praticamente ao mesmo tempo.

Steffany ainda havia dito que as passagens de avião eram apenas um disfarce, caso eles estivessem sendo observados pela polícia que estava desconfiada de alguma coisa e estavam no pé deles.

- Que melhor local poderia ser do que um trem? Ninguém jamais poderia desconfiar de nada. Ninguém poderia ouví-los - disse ela rindo da sua idéia.

Arthur verificou quem seriam os possíveis compradores desses dados e tudo o que conseguiu descobrir é que se tratava de mafiosos, gente muito perigosa.

Steffany queria que Klaus desse a eles uma bebida preparada.

-Você prepara a Vodka com aquele seu pozinho especial de fazer ver estrelas no paraíso. Nós sabemos que aqueles russos dos infernos não dispensam uma boa Vodka. Vamos levantar um brinde para comemorarmos as negociações e sendo assim todos nós teremos que beber. Quando eles adormecerem, você dá cabo dos idiotas e elimina Arthur de quebra, ele sabe demais. Depois, pegamos o dinheiro, e vamos para o outro vagão onde Georg estará com os australianos e fazemos o negócio com eles.

-Então os australianos ofereceram mais dinheiro?

-Exatamente. Mas eu acho que eles estão desconfiados de alguma coisa.

-Eles não têm tanta experiência assim não maninha, vai por mim. Vai dar tudo certo. Acredite.

- Georg está sabendo disso? - falou Klaus preocupado.

Steffany olhou para Klaus e pela primeira vez ela confessou.

-Eu tenho planos de me ver livre de Georg e você vai me ajudar. Todos pensarão que eles tiveram um desentendimento nos negócios e que o Ministro do Exterior estava envolvido com gente mafiosa. O plano é perfeito, Klaus.

-Você não tem medo de que outros possam saber dessa transação? Com certeza eles virão atrás de nós Steffi. Pense bem, tudo isso é muito arriscado. Georg é o nosso porto seguro.

-Não se fizermos a coisa bem feita.

-Eu não entendo aonde você quer chegar.

-Logo você entenderá Klaus.

Arthur sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. Por isso, chamou Markus e o pôs a par de toda a estratégia.

-O que vamos fazer agora, vamos pedir a ajuda da polícia? - comentou Arthur.

-Não. Nada disso. A polícia é muito generosa nesses casos. Eles iriam para a prisão e daqui a alguns anos ou até meses seriam soltos. Isso se eles não tentarem fugir antes. Essa gente matou Freddy, Margot e todos aqueles cientistas, não se esqueça disso. E têm planos de matar você também. A gente não vai dar uma chance para eles não.

-Minha vontade seria de que eles explodissem pelos ares e de uma vez por todas desaparecessem.

Foi então que Markus teve a idéia.

-Pois será então o que faremos com eles. Vamos acabar com todos eles. Tudo o que você precisa fazer é seguir o plano deles direitinho. Stefanny te mandou comprar todos os bilhetes dos dois vagões, não é? Então faça exatamente como ela disse.

-Então preciso agir rápido.

-Você deve comprar os bilhetes imediatamente e me avise o número do trem, quais vagões, horário e tudo o mais que você puder me informar. Eu preciso providenciar algumas coisas.

Arthur podia se lembrar de como Steffany falava sem parar com os compradores. Mas ele estava pensativo e tentava esconder o seu nervosismo.

Eles já viajavam há algumas horas e Steffany não tocava no assunto das negociações como tudo fora combinado. Por outro lado Arthur não sabia muito bem se tudo o que ele planejara com Markus daria certo. E se Steffany e Klaus tivessem mudado alguma coisa neste jogo? E se eles blefaram? Ela já havia mudado tantas vezes de idéia de última hora. O que ele deveria fazer? O que ele sabia é que tudo estava programado para ser explodido alguns segundos depois que ele puxasse os freios do trem. O que daria a ele apenas frações de segundos para saltar em qualquer trecho do caminho. Arthur havia observado que logo eles estariam entrando em Colônia e ele não podia imaginar que eles fariam a coisa assim tão perto de casa.

Mas é claro que fariam, em se tratando de Steffany ela faria aquilo que a levasse para mais perto do perigo. Era assim que ela era, ela gostava de viver perigosamente.

Se não fosse a insistência de Klaus em chamá-lo para a realidade ele continuaria no seu mundo particular.

-O que é que vocês acham da gente comemorar com um brinde essa troca de materiais? Hein, Arthur? Acorda! Você não acha que um brinde seria ideal?

claro que sim. Acho a idéia ótima. - respondeu Arthur evasivamente. Então chegou o momento crucial. Pensou ele.

-Mas se me dão licença, antes preciso fazer primeiro uma coisa que ninguém pode fazer por mim.

Todos caíram na gargalhada entendendo que Arthur precisava ir ao banheiro.

-Não precisa se apressar Arthur, nós vamos esperar por você.

Arthur apenas olhou para Steffany e sorriu.

Ainda no corredor do vagão indo para o banheiro ele viu Ben que estava sentado ali perto da cabine onde o controlador geralmente se sentava.

Não era propriamente uma cabine fechada, mas tinha uma poltrona bem confortável na divisão do vagão. Eles o haviam algemado e o controlador nunca mais apareceu por lá depois de ter verificado as passagens e de que o itinerário seria até a estação final.

Eles se olharam de longe e Ben balançou a cabeça numa afirmativa.

Arthur não tinha opção, era muito tarde para voltar atrás. No mais era confiar que Ben tivesse sorte e não saísse morto de tudo isso.

Da janela do banheiro Arthur tentou ver se podia ver alguma coisa do lado de fora.

Mas tudo o que viu foi uma densa neblina que invadia à noite e a neve que caía. Esfregou as mãos umas nas outras e pensou: Seja o que Deus quiser.

Ele saiu do banheiro, andou até um pequeno corredor em direção à porta, todos os outros lugares estavam vazios. Ele podia ouvir a gargalhada de Steffany que preenchia todo o vazio do vagão e que contava piadas sem parar.

Ele abriu a pequena janela de vidro que guardavam os freios de emergência. Com toda a sua força ele os puxou e assim que ele os tocou uma luz vermelha acendeu na cabine onde o maquinista dirigia a máquina.

-Merda, tinha que ser logo agora? – resmungou o maquinista.

Havia poucos minutos que ele tinha observado uma placa de pedia para ele diminuir a velocidade da máquina para 40 quilômetros, pois a curva que vinha a seguir estava em obras e requeria toda a cautela, o que ele não fez . Ele dirigia a 120 quilômetros por hora.

Com o acionamento dos freios o trem não pararia, na verdade o que aconteceria seria o acionamento dos explosivos para 58 segundos depois, o que é quase nada. O trem daria um solavanco, a porta de Arthur se abriria e ele pularia para cair em qualquer lugar no escuro. O maquinista pensava agora que não só os vagões escolhidos poderia ter mortos como outras pessoas nos outros vagões poderiam morrer também. Não havia muito em que pensar e nem muito o que fazer. Uma virada brusca na alavanca e o trem descarrilhou e o maquinista saltou sobre o muro que estava a sua frente.

Arthur teve sorte em seu salto. Ele caiu em cima de pequenas pedras que faziam parte da manutenção dos trilhos à beira do caminho e que estavam cobertos de neve.

Ele ainda pôde caminhar até ao local do acidente a fim de constatar de que tudo saíra certo. Foi quando um homem que saía pela janela o chamou pedindo-lhe ajuda.

No começo ele pensou que poderia ser reconhecido, mas para sua sorte a neblina da noite o protegera. Com certeza Margot e Freddy de onde estavam o estariam protegendo naquela noite.

Com alegria e tristeza ele pôde ouvir pelo noticiário que muitas pessoas se machucaram no acidente do trem em Brühl, mas que graças a Deus, os únicos que realmente morreram foram os bandidos que haviam feito mal para muita gente.

Antes dele sair do banheiro daquele trem e puxar os freios ele jogou a sua carteira no chão. E ao ouvir pelo noticiário o seu nome na lista de mortos e que alguns corpos estavam irreconhecíveis por causa do incêndio que o vagão sofrera, ele sorriu e pulou de alegria porque agora ele estava livre para começar uma nova vida. Markus já havia arrumado novos documentos e ele naquela mesma manhã estaria embarcando para algum lugar com um novo nome.

Foi assim que tudo aconteceu naquela noite.

Arthur sentia falta de Ben e Gabriella. Ele queria ver o pequeno Victor que deveria ter crescido nesses dois anos. Mas ele também não queria arriscar a vida deles, caso alguém que pertencia àquelas gangues ainda estivesse vivo e v igiando-os. Nunca se sabe com certeza.

A princípio quando ele viu que Steffany, Klaus e Georg não chegavam na Basiléia, ele ficou transtornado, pois isso significaria que todo o seu plano iria por água a baixo.

Mesmo assim ele partiu no trem dando seguimento ao plano. Foi em Offenburg que ele viu que eles entraram no trem e Ben estava com eles para desespero dele.

Arthur ficou sabendo da conversa que Ben tivera na barca e que ele estaria disposto a fazer o que Steffany quisesse caso ela deixasse Gabriella e o filho dele ir embora.

-Você sabe, Steffany que eu sempre cumpri com a palavra dada. A minha palavra vale mais que qualquer assinatura.

Steffany o olhava com profundidade. - Ele deve amá-la demais para me fazer uma proposta dessa. Para ele, a vida deles era mais importante. - Ela pensou. Mesmo assim ela resolveu aceitá-la. Ela o queria mais que a própria vida. Tanto fazia se ele amava aquela italiana, o mais importante é que ela o tinha novamente e debaixo do controle dela. O resto viria com o tempo.

-Steffany, por favor. Eu já vivi quase que metade da minha vida com você, nós nos conhecemos muitíssimo bem. Na verdade eu penso que eu jamais poderia me adaptar a uma outra mulher que não fosse você - dissera Ben tentando convencê-la.

Steffany estava gostando do que ela começava a ouvir. A porta de onde Gabriella estava com o menino estava entreaberta e Steffany de onde estava podia ver perfeitamente a expressão do rosto de Gabriella ao ouvir tudo aquilo. É claro que ela não o conhecia do jeito que ela o conhecia para saber que ele estava lutando desesperadamente por ela e pelo filho.

Houve muita discussão na barca, pois Georg não podia entender como ela pensava em deixar Gabriella e Victor livres. Ela lhe respondeu que depois eles cuidariam disso. Que no momento eles tinham algo mais importante para fazer e que se eles não se apressassem a polícia poderia estar nos pés deles em poucos minutos. Georg ainda insistia em mantê-los como refém.

Mesmo que Victor não o tivesse visto ele perguntou a Gabriella se aquela não seria a voz de seu pai Georg. Gabriella respondeu-lhe que não, que geralmente os homens têm vozes parecidas quando discutem. Mas o menino insistia em afirmar que aquela era a voz da tia Steffany. Gabriella o abraçou querendo protegê-lo.

-Por que eles nos prenderam aqui? Por que o tio Ben está com as mãos amarradas? O que eles querem de nós? - insistia o menino.

Gabriella não sabia como explicar para Victor que aquele homem que ele pensava ser o seu pai, na verdade era um tio muito malvado e que o tio Ben era o seu verdadeiro pai. Ela procurava as palavras quando dois homens entraram no pequeno quarto onde eles estavam e os levaram para uma outra barca que estava ancorada.

Nesse exato momento Steffany colérica pegava Georg pela gola da camisa completamente irada e fora de si.

-O que você tem na cabeça seu paspalho? Você acha que com uma mulher e uma criança que não pára de chorar chamando pela mãe, vamos muito longe? A operação é amanhã, você esqueceu? E agora, de última hora, tivemos que mudar todos os nossos planos. Não se esqueça que precisamos estar na Suíça para a transação. E agora sai do meu caminho - ordenou ela.

Steffany mandara deixar Gabriella e Victor livres, e agora tinha Ben só para ela. Gabriella ainda pôde ver como ela o beijava.

Ben tinha-lhe contado tudo isso no trem. E de como ele estava feliz em saber que tanto Victor quanto Gabriella estavam a salvos em algum lugar.

-Eu sinto muito, Ben.

-Não é culpa sua, Arthur.

Arthur no começo havia pensado em desistir de tudo. Mas parecia que Ben pressentia alguma coisa. Ele se assustou quando ouviu Ben dizer:

- Arthur, faça o que você tem que fazer e sem arrependimentos.

Nem mesmo Ben sabia o que ele queria dizer com aquilo. Talvez porque ele sabia que Arthur havia se metido naquela sujeira toda e talvez ele tivesse que matá-lo para provar sua fidelidade a Steffany, Klaus e a Georg. O olhar de Ben foi tão determinante que Arthur resolveu continuar o plano. Por outro lado se tudo saísse conforme o planejado com Markus, Ben poderia se sair bem de toda esta história. Não, ele precisava tentar pôr fim em tudo aquilo agora mais do que nunca.

Os australianos e os russos estavam disfarçados e haviam embarcado com passaportes ingleses.

O plano de Steffany era de matar a todos, inclusive ele por saber demais e Georg, para que ela pudesse ficar livre para Ben.

Tudo estava dando super certo e Steffany estava feliz da vida. A palavra chave para que Klaus distribuísse a droga seria o brinde levantado por ela e esta também seria a palavra chave para que Arthur fosse até ao banheiro para puxar os freios do trem. E foi assim que tudo aconteceu.

Arthur soube depois através de Markus que um dos australianos na verdade era um agente disfarçado, pois a polícia na Austrália já há muito tempo vinha no encalço dessa máfia. Com a morte deles no acidente do trem eles nada puderam fazer a não ser arquivar o caso.

Markus quis saber de Arthur onde o cd com os dados havia parado. E Arthur o respondeu que ele nunca foi encontrado.

- Ele deve ter se queimado na explosão. -foi o que ele lhe respondeu.

Arthur queria deixar um sinal de que ele em algum lugar deste mundo estava vivo e que eles não precisariam ficar sofrendo ao lembrar-se dele e de toda esta história terrível.

-Tia Gabí, veja o que eu acabei de ganhar! - disse Victor.

-E quem foi que lhe deu isso?

-Um homem.

-Mas quem era esse homem?

-Não sei, nunca o vi.

Gabriella olhou por cima do portão para ver se conseguia ver alguém.

-Eles já se foram.

-Eles?

-Sim, eram dois.

Gabriella pegou Victor pela mão e o conduziu para dentro com o coração pulsando forte.

-Sua mãe já te pediu que não falasse com ninguém que você não conhece.

-Mas ele não tinha cara de mau! Ele tinha cara de bonzinho.

-Mas mesmo assim sua mãe não quer, ouviu?

O menino fez que sim com a cabeça. E agora já dentro de casa ela contou a Ben sobre os dois homens que Victor tinha visto.

- Vamos abrir o presente. - Disse Ben. - Talvez tenha um cartão aqui dentro.

Quando eles abriram o presente, viram que se tratava de um pequeno barco de madeira.

Imediatamente Ben se lembrou que quando ele tinha nove anos, Arthur também o presenteou com um barco bem parecido e que ele o tinha até hoje decorando o escritório.

-Que lindo! - Exclamou o menino. – Eu posso brincar com ele?

Ben e Gabriella se entreolharam eles estavam sem voz, os olhos brilhavam segurando as lágrimas. Um nó na garganta os impediam de engolir a saliva seca em suas bocas. Foi Ben quem falou baixinho embargado pelas lágrimas e com medo de ser ouvido.

-Arthur! Arthur e Markus.

-Então ele escapou daquele vagão com vida. - sorriu Gabriella respirando fundo e deixando as lágrimas rolarem face a baixo.

-Mas por que Markus não nos contou? Deixou-nos sofrer durante todo este tempo.

-Talvez por medida de segurança para todos nós. - Disse Gabriella.- Você e eu sabemos que havia uma máfia por trás de tudo aquilo.

Ben foi até ao escritório e trouxe de lá uma foto de Arthur e a mostrou ao filho e perguntou-lhe se tinha sido aquele homem que lhe dera o presente.

-Sim, ele mesmo, só que tinha os cabelos cor de prata.

Ben o abraçou e o beijou. Agora eles não só sabiam, mas tinham absoluta certeza de que Arthur estava vivo em algum lugar e que mais cedo ou mais tarde faria contato novamente.

E o cd com os dados? Isso é mais uma história que um dia a gente fica sabendo.