segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Capítulo 4


- MARKUS KRAMER -

O natal naquele ano veio com muita tristeza para Gabriella. Ela havia perdido tudo, a mãe, a avó, Ben e inclusive o gosto pela vida. Embora a decepção fosse grande, por outro lado ela estava feliz com a gravidez.

Um novo ano logo iria começar e com ele traria para os braços dela o filho que estava esperando. Ele era a única força que ela ainda conseguia ter.

Ela sentia que o bebê começava a crescer e a mexer dentro dela. E era realmente maravilhoso estar grávida. - pensou ela.

Gabriella esperava que com a chegada do filho ele levasse toda a dor que ela tivera nos últimos tempos. Ela o teria e ambos teriam um ao outro por toda a vida.

Markus havia voltado para a Inglaterra. Ele gostaria de ficar com ela. Mas ela lhe foi sincera: Ela amava Ben e não sabia por quanto tempo ainda. Markus era um bom amigo. E isso era tudo no momento.

Ela por sua vez havia se mudado para Colônia e escolhera um apartamento aconchegante em frente ao rio Reno. Ali a paisagem era belíssima.

A sua direita ficava a estação de trem e mais a frente a Catedral em seu estilo gótico com os seus 750 anos de existência. Pensar nisso a deixava arrepiada. Ela achava interessante olhar as torres da Catedral do seu apartamento, isso lhe dava forças. A grandiosidade daquele monumento a fazia sentir-se grande também. Era fascinante pensar que aquele monumento havia sobrevivido através dos tempos e às duas grandes Guerras Mundiais.

O número de turistas do mundo inteiro que visitam a Catedral por dia é assustador. É uma mistura de idiomas que ninguém consegue entender. Uma verdadeira Babel.

Ela sabia que não podia continuar morando no mesmo apartamento onde tivera tantos momentos de amor com Ben. Cada canto lhe trazia uma recordação dos momentos que passaram juntos.

O mês de fevereiro havia chegado com muito frio e com ele o carnaval.

De seu apartamento ela podia ver as pessoas pelas ruas numa alegria bizarra que ela não conseguia entender. Também não conseguia entender como tantos jovens com menos de 17 anos aproveitam esta ocasião para se embebedar. É muito triste ver como muitos deles amanhecem caídos pelos cantos, enrolados em suas próprias fantasias e jaquetas de inverno, sem forças de se levantar por causa do efeito do álcool. Isso era assustador, pensava ela. É triste o aspecto que a cidade tem após o carnaval. Pelas ruas não se encontra só o lixo de papel jogado pelos foliões, o que se encontra é um tapete de garrafas e latas de cervejas vazias.

O desfile é de uma beleza indescritível, ele corta as ruas da cidade levando ao povo uma alegria bizarra. Os carros alegóricos passam distribuindo doces, chocolates, balas e muitas outras guloseimas. As pessoas gritam Alaaf” uma linguagem característica da região de Colônia. Elas trazem sacolas de compras vazias e saem de lá com elas abarrotadas de delícias. Outros gritavam camélias” e recebiam flores. Ela estava pela primeira vez assistindo ao desfile no coração de Colônia.

Gabriella havia conversado com o seu chefe. Contou-lhe que estava grávida e que a barriga em pouco tempo já estaria aparecendo, as pessoas ainda não podiam perceber por causa das roupas largas de inverno que ela estava usando. Por outro lado também ela queria evitar dar explicações, por isso ela estava ali para saber se ele podia transferi-la para algum outro lugar onde poderia trabalhar sossegada até o nascimento do bebê.

Ele sugeriu então, que ela trabalhasse de casa e enviasse tudo via e-mail, ou por CD e que ela podia contar com ele caso precisasse de alguma coisa.

Gabriella agradeceu-lhe e logo se retirou. Se ela pudesse ler os pensamentos dele... se ela pudesse ouvir a conversa que ele tivera com Arthur Kostner assim que ela lhe dera as costas...

-Arthur, é Röstner da Lotus, como vai?

-Bem e você amigão?

-Tudo indo. Olha a sua protegida está grávida, você sabia?

Arthur por um momento parou de respirar com a notícia, ele não sabia que Gabriella estava grávida. Só podia ser de Ben pensou ele.

-E o que vai acontecer a ela? - perguntou Arthur não querendo entrar em pormenores com o amigo, pois ele sabia que no estado em que ela está, ele não poderia despedi-la.

-Ela me pediu para transferi-la, mas sinceramente Arthur, eu não quero perder alguém tão boa quanto ela, por isso dei-lhe carta branca para que trabalhasse de casa.

-Obrigada, Röstner.

-Não há de quê amigão.

Imediatamente Arthur telefonou para Markus.

-Você sabia que Gabriella está grávida?

-Não, não sabia.

-Acho que seria melhor se você a visitasse. Tome informações, ofereça sua ajuda. Diga-lhe que em breve você irá trabalhar na Alemanha... invente qualquer coisa, mas quero que você esteja com ela nesse momento tão difícil, está bem? E outra coisa, Steffany não pode ficar sabendo de nada.

-Eu entendo, Arthur.

Uma semana depois sem sequer avisar, Markus estava tocando a campainha da porta dela, ele era o único que sabia para onde ela tinha se mudado. Ela adorou a surpresa.

Eles jantaram no Brauhaus que fica bem no centro de Colônia, Markus tomou a cerveja da região, uma Kölsch de sabor maravilhoso.

Ela estava feliz por tê-lo por perto, por saber que ele logo estaria trabalhando na Alemanha. Ao menos foi isso o que ele lhe contou.

Duas vezes por semana Gabriella ia à feira que ficava ali perto para comprar frutas e legumes frescos. Ela fazia uma alimentação bem balanceada, fora disso seu médico havia receitado algumas vitaminas. Ela se sentia enorme e pesada.

Ela procurava caminhar todas as manhãs pelo rio Reno ou em algum jardim ali por perto. Gostava de sentar-se num daqueles bancos e ler um pouco.

Na maioria das vezes lia tudo o que uma futura mamãe deve saber. Às vezes, tombava a cabeça para traz para que o rosto pegasse sol.

Para ela os dias eram compridos demais, a barriga incomodava demais. Ela não tinha uma posição e parecia que piorava à medida que o tempo esquentava. Todos os dias ela recebia um malote que seu chefe lhe mandava, e havia sempre muito trabalho.

Muitas vezes ela chorou. Chorou por estar sozinha para ter o filho e tremeu de medo, ela não tinha mais ninguém, não tinha mais Ben em sua vida.

Era final de abril e estava uma linda manhã, desta vez parecia que o sol espantara de vez o inverno que naquele ano se prolongara por toda a Europa. Passava um pouco do meio-dia quando Markus Krämer saiu em direção à casa de Gabriella.

Ela esteve decorando o quarto do bebê. Comprou cortinas para a janela, de fundo azul com bichinhos coloridos no mar. Os quadros nas paredes do quarto eram todos delicados com desenhos infantis, o berço estava forrado com lençol azul clarinho bordado de branco nas pontas. Ela colocou bichinhos de pelúcia por todos os cantos do quarto dando mais vida ao ambiente. Ela estava pendurando o mosqueteiro quando Markus chegou. Ele apreciou o bom gosto com que ela decorara tudo. Ele já não conseguia esconder mais os seus sentimentos por ela. Seus olhos ficavam mais brilhantes sempre que estavam juntos. Gabriella já havia percebido, mas fingia não notar com medo de perder o único amigo que ela tinha. Por outro lado, ele nada dizia para não perder a sua amizade e confiança.

-Vejo que sua barriga cresce a pleno vapor.

-É verdade, ontem à noite nem consegui dormir direito de tanto que ele mexia.

-Ele? E se for ela?

-Vai ser ele, eu sei. Eu quero um filho homem, para me defender, para cuidar de mim.

-E eu não conto?

-Ah! Você não vale! Daqui a pouco você encontra uma bela moça, se apaixona, casa e vai embora pra sua terra. Mas eu, eu vou ter o meu filho que sempre estará comigo.

-E se eu te disser que já encontrei essa moça e que já me apaixonei por ela?

Markus pegou a mão de Gabriella e a beijou delicadamente.

-Me deixa ser o pai do filho que você está esperando Gabriella. - Disse Markus, tomando coragem.

-Por favor, Markus, eu preferiria que você não entrasse por esse caminho.

-Me dê uma esperança ao menos.

-Eu não posso. Sinto muito, com certeza em uma outra ocasião eu teria me apaixonado por você. Eu até mesmo já me disse isso várias vezes. Que você é um homem capaz de fazer feliz qualquer mulher.

-Você não é uma mulher qualquer, Gabriella. Me deixa te fazer feliz.

-Eu não posso, pelo menos não por enquanto. Tudo aqui dentro ainda é tão recente, tudo ainda dói.

-Então, me deixa cicatrizar essa dor. - pediu ele com olhos famintos.

-Eu não posso, sinto muito. Ainda não.

Nesse momento o bebê dentro de Gabriella se mexeu.

-Me dê a sua mão aqui, sinta como ele se mexe!

-É verdade, que danadinho! O que é que você acha de no próximo fim de semana me ajudar na escolha dos móveis para o meu novo apartamento?

-Eu adoraria fazê-lo, pode contar com a gente. - respondeu Gabriella olhando para a barriga.

-Ótimo, passo aqui na sexta-feira à tarde para que você veja o apartamento e no sábado vamos a alguma loja, está bem assim?

O prédio era apenas de três andares e um apartamento por andar numa rua arborizada, ali mesmo em Colônia, mas um pouco afastado do centro. Com certeza em pleno verão tudo deveria ficar lindíssimo. As árvores começam a ter folhas novamente. Deveria ser um lugar maravilhoso e ideal para qualquer criança crescer...pensou de repente.

-Mas isso é muito grande para uma pessoa viver sozinha! - disse Gabriella. Ela havia ficado encantada com o tamanho dos quartos tão bem divididos.

-E então porque vocês não vêm para cá? - disse Markus olhando de modo muito especial para a barriga dela. Gabriella ficou vermelha com o convite tão sincero dele. - Markus deveria ser um pai maravilhoso. - pensou.

No sábado pela manhã eles foram a uma loja de móveis antigos em Colônia. Apesar de Gabriella achar o gosto de Markus muito excêntrico, ela acabou concordando que tudo era muito lindo. Ela brincava com ele imaginando todas aquelas coisas no novo apartamento.

-Espere só pra ver o que eu vou mandar trazer da Inglaterra.

Markus era um tradicionalista em decoração, o que Gabriella já não o era. Saindo dali, Markus a levou a uma loja chinesa na Immermannstrasse, em Düsseldorf. Lá compraram alguns jarros finíssimos vindos da China, uma verdadeira raridade. Markus esclarecia para ela que cada desenho no jarro tinha um significado muito especial na cultura chinesa, por isso o seu alto valor. Ela estava encantada com tanta cultura. Como ele tão jovem podia conhecer tanta coisa diferente? Ela estava achando aquilo o máximo, mas não para ela. Eles riam a valer de verem como tinham gostos tão diferentes. Com certeza se eles morassem juntos, eles precisariam de tudo duplo, pois uma parte seria decorado pelo tradicionalismo dele e a outra parte pelo modernismo dela. Ela riu com esses pensamentos. E Markus a achou lindíssima.

-Quanto tempo falta para o bebê nascer?

-Se não errei nas contas faltam de cinco a seis semanas.

-O tempo passa depressa, não é mesmo?

Na manhã seguinte, Röster, chefe de Gabriella lhe telefonou. Ele estava bastante aflito e agitado, parecia até mesmo desesperado. Ele queria que ela viajasse para Lion uma cidade que fica na França para fazer um trabalho extra. Ele não tinha ninguém disponível no momento e a única pessoa em que ele pensou foi nela. Ela relutou ao pensar na enorme barriga, em ter que viajar para lá de trem, em todo o desconforto que isso lhe traria. Mas ele já havia lhe feito tantos favores que ela se achou na obrigação de ajudá-lo.

-Fique tranqüilo Röstner, eu vou até lá fazer a reportagem.

Lion 3:30 da madrugada. O quarto de hotel onde Gabriella dormia foi invadido por dois homens encapuzados. Gabriella tinha a sensação de estar tendo mais um desses pesadelos que a perseguiam e caiu em sono profundo sentindo-se exausta.

Ao acordar sentia-se ainda cansada, as pálpebras lhe pesavam bastante. Ela tinha a impressão de ter dormido uma eternidade.

Ela percebeu que não estava no quarto do hotel e que uma grande dor lhe vinha do abdômen. No mesmo instante ela passou a mão pela barriga e constatou que havia algo estranho, que sua barriga diminuíra. Ela não estava mais grávida. Procurou não entrar em pânico, observou o quarto aonde se encontrava e apertou a campainha para chamar qualquer pessoa que pudesse aparecer e lhe dar uma explicação e logo a porta se abriu e uma enfermeira entrou.

-Oui mademoiselle, que bom que acordou. - Gabriella agora recordava-se que estava na França.

-Por favor, enfermeira, o que me aconteceu? Onde está o meu filho?

A enfermeira saiu sem nada dizer e logo após um médico apareceu em seu quarto.

- Como se sente?

-Eu estou me sentindo ótima doutor. Eu gostaria de ver o meu filho. Eu gostaria de saber o que me aconteceu, como vim parar aqui? - Gabriella estava transtornada, ela não podia se recordar de nada e isso a deixou em pânico.

-Mademoiselle. - Tentou o médico dizer fazendo uma pausa. - Eu sinto muito em dizer que as coisas não saíram assim tão bem como nós queríamos.

-Como assim, doutor? Pelo amor de Deus, não me diga que alguma coisa aconteceu com o meu filho? - gritou Gabriella já querendo levantar-se da cama, mas a dor que ela sentiu na altura do ventre a impediu.

-Eu sinto muito mademoiselle, mas o seu filho junto com mais dois bebês veio a falecer. O hospital ficou 19 horas sem energia e o nosso transformador é muito antigo e também não resistiu. Todas as crianças que estavam na incubadora faleceram. Eu sinto muito, há três dias chove na cidade e não há energia em canto algum, a pouca e fraca que temos agora está sendo gerada por um outro transformador mais antigo ainda e não podemos fazer nada no momento. Há enchentes por toda a parte, estamos num estado de calamidade.

- Eu não posso acreditar. – disse Gabriella quase num balbucio com as lágrimas rolando pela face.

-Mademoiselle dorme há 46 horas para ser exato, desde que recebeu a notícia da morte de seu filho não conseguiu manter-se em pé. É claro que nós entendemos, mas mademoiselle é ainda muito jovem e cheia de saúde e poderá tentar novamente. Mas agora precisa reagir e colaborar conosco. Eu sinto muito, muito mesmo. - disse-lhe o médico sinceramente.

-Como vim parar aqui doutor? - perguntou Gabriella querendo não acreditar em tudo aquilo. E o pior de tudo, ela não conseguia lembrar-se de nada.

-Tudo o que sabemos é que um motorista de táxi a trouxe até nós e nada mais. Sinto muito não poder esclarecer muita coisa . Mademoiselle não tem ninguém a quem avisar de que está aqui?

Gabriella lembrou-se de Markus.

Markus veio ao encontro dela imediatamente. Ele também custava a acreditar no que havia acontecido.

-Eu sinto muito Gabriella, nunca poderia imaginar uma coisa dessas.

-Nem eu. Eu nem cheguei a tê-lo em meus braços, nem cheguei mesmo a amamentá-lo. - Gabriella não conseguia dizer mais coisa com coisa. - O que será que eu fiz para merecer um castigo tão terrível assim, é, porque só pode ser castigo. Isso tudo é um pesadelo e eu não vou agüentar, Markus.

Markus a tomou nos braços, ele também não resistiu e começou a chorar, ele não sabia o que lhe dizer. Gabriella queria ir embora dali o mais rápido possível, a dor era insuportável, chegava mesmo a estrangular-lhe o seu peito.

Markus providenciou tudo, para que o corpo do bebê sem vida fosse transportado para a Alemanha. Gabriella ainda viu as outras mães que na capela do hospital oravam e choravam por seus bebezinhos. A dor que ela sentia no peito era brutal.

Lá fora ao sair do hospital o sol voltava a brilhar apesar de tudo em volta estar encharcado de água, ela se sentiu como que ironizando a situação que ela vivia no momento.

-Não chove mais. - comentou ela com amargura, ele a abraçou. - Chame um táxi Markus, por favor, eu quero ir até ao hotel Maison, quero saber realmente o que me aconteceu.

Quando Gabriella chegou ao hotel, ela não reconheceu a moça que estava na recepção. Ela tentou lembrar-se do nome que ela lera no cartão que a recepcionista trazia preso ao casaco que vestia, mas ela não conseguiu, sua mente estava muito confusa.

-Bonjour Mademoiselle. - falou Gabriella dirigindo-se a moça na recepção.

-Bonjour.

-Meu nome é Gabriella Kolberg e estou hospedada neste hotel.

A recepcionista checou o nome de Gabriella no computador.

-Oui, vejo que a senhora deu entrada em nosso hotel há três dias. Mademoiselle precisa de alguma coisa? Devo fechar sua conta? Quando Gabriella queria explicar-lhe algo, o gerente, um homem muito simpático apareceu e veio ao seu encontro.

-Mademoiselle, como se sente? - e a cumprimentou com um longo beijo na mão o que Gabriella não gostou.

-Se o senhor não se importa, eu gostaria de saber o que me aconteceu?

-Creio que Mademoiselle sentiu as primeiras dores do parto enquanto esperava o jantar em nosso restaurante.

-E como fui parar no hospital?

-A senhora é uma moça muito corajosa. Eu insisti em levá-la, mas Mademoiselle insistiu em pegar um táxi. Mademoiselle se sente bem? Está tudo bem? Onde está o bebezinho?

Gabriella sentiu o mundo a sua volta girar e tudo a seu redor ficou escuro.

Markus a levou de volta a Alemanha, para o apartamento dele, ela não queria neste momento rever as coisas que havia preparado com tanto amor e carinho para o seu bebê que não existia.

Ela se sentia culpada pela morte do filho. Se ao menos ela não tivesse aceitado fazer a matéria em Lion... se ela não estivesse lá... sabia que não adiantava ficar arrumando desculpas para o que lhe tinha acontecido. Mas não podia se conformar, logo agora que faltavam tão poucas semanas para o nascimento do seu bebezinho...

-Eu nem acredito que isso me aconteceu Markus e nem mesmo com as outras mães. Nós estamos na Europa e numa cidade grande como Lion onde o progresso já chegou há anos.

-Mas que infelizmente numa catástrofe da natureza, ninguém está devidamente preparado e não há nada que o grande progresso possa fazer, Gabriella. Eu sinto muito que isso aconteceu exatamente com você.

- Eu não posso entender, eu não posso aceitar.

Gabriella passou dias chorando. À noite a dor vinha como companheira e foi difícil suportar.