segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Capítulo 19

- CLAIRE -

Markus entrou em contato com Arthur afim de que ele o levasse até Ben.

Arthur ainda estava inconformado com a morte de Margot, pois ela era tudo o que lhe restava dos seus tempos de juventude. Ela tinha sido a sua melhor amiga durante muitos anos.

Era domingo pela manhã, as ruas ainda estavam molhadas por causa da chuva que caíra naquela madrugada.

Ben olhava através da janela do escritório de Freddy, ele tinha passado todos aqueles dias e noites a procura dos dados. Ele estava exausto e tinha uma forte dor de cabeça.

Por volta das duas da tarde o sol saiu firme e forte, ele precisava se apressar para o encontro com Arthur e Markus na Altstadt, quem sabe Arthur ainda poderia lhe trazer uma pista sobre o paradeiro do menino.

Eles se encontraram em uma taberna espanhola chamada La Bodega.

Ben estava extremamente nervoso com este encontro, pois seria a primeira vez que ele encontraria Markus depois daquela sessão de socos no apartamento de Gabriella há anos atrás, uma verdadeira eternidade, pensava ele. Mas não o suficiente para que ele pudesse ter esquecido. Por outro lado, ele também estaria com Arthur e desde aquela conversa no apartamento dele e da visita ao subterrâneo ele estava evitando encontrar-se com ele.

Mesmo estando vivendo todo este drama, ele estava feliz. Feliz por saber que Gabriella estava viva em algum lugar. Mas onde? Por alguns segundos um pensamento sombrio povoou-lhe os pensamentos: Será que eles não a pegaram novamente? Certamente que Steffany e Klaus nao a deixaria escapar tao facilmente assim? Só de pensar nisso ele estremeceu. Eu espero que ela tenha conseguido fugir.

Ele tinha tomado muito cuidado com o caminho que fizera para chegar ao restaurante e só depois de ter absoluta certeza de que não estava sendo seguido resolveu entrar, lá já esperavam Arthur e Markus que também tiveram um cuidado extremo. Ben estendeu-lhe a mão e Markus retribuiu-lhe ao cumprimento.

-Nem sei se devo começar com um pedido de desculpas. - falou Ben dirigindo-se a Markus.

-Não será preciso, Ben, eu posso entender.

Uma linda garçonete perguntou em espanhol se desejavam beber alguma coisa. Vestida tipicamente, ela estava muito bem maquiada, os cabelos presos para trás com uma flor amarela. Vestia um vestido longo cheio de babados em camadas com bolas amarelas Um xale de seda com franjas em tons amarelo mais forte com fundo preto, tinha a forma de triangulo e lhe cobria parte dos ombros, com um nó preso na altura do peito completava o visual.

Eles pediram Sangria, uma bebida típica da Espanha feita com vinho tinto, laranjas e maçãs picadas, também pediram algumas Tapas para beslicarem enquanto conversavam.

Ben perguntou a Arthur se ele sabia que Gabriella tinha tido um filho com ele o que ele respondeu que sim e aí Arthur começou a contar-lhe a segunda parte da história, mas que infelizmente a criança havia morrido algumas horas depois de ter nascido.

-Eu sinto muito, Ben. - disse Arthur.

-Foi algo terrível para ela, a morte do filho - complemento Markus.

-Mas isso não é verdade. - retrucou ele sem entender o que se passava na cabeça deles. Arthur achou que Ben não queria aceitar a notícia da morte do menino. O que ele podia entender muito bem. - Mas nada disso é verdade. - retrucou Ben novamente. - A criança está viva e é refém de Steffany, Klaus e do desgraçado do meu irmão. Victor é o meu filho com Gabriella.

Então Ben contou-lhes de como ele foi levado como refém por Klaus e Steffany e do vídeo que ele vira da gravidez de Gabriella e de como eles invadiram o quarto do hotel em Lion onde Gabriella estava hospedada. Eles não podiam acreditar em tamanha farsa.

-Você pode imaginar, Arthur, onde o meu filho poderia estar agora? Você acha que Karin também está por trás de toda esta sujeira? Eu não me surpreenderia com nada mais.

-Se tem alguém que nada sabe, essa pessoa é Karin, ela é muito ingênua para desconfiar de alguma coisa e por outro lado ela confia cegamente em tudo o que seu irmãozinho diz. Com certeza Georg a está usando como tem usado a todos nós.

-Eu fui até a casa deles, mas a empregada me disse que eles saíram de férias e que não sabe para onde eles foram. Você acha que eles seriam capazes de fazer alguma coisa contra ela? - perguntou Ben a Arthur.

-Eles são capazes de tudo Ben, não se esqueça de que Georg matou o próprio pai. Você não acha que ele mataria Karin se ela soubesse ou desconfiasse de alguma coisa?

-Se for assim, então ela está correndo um risco grande, nós precisamos achá-la o mais rápido possível.

-Mas onde ela poderia estar com o Victor? - perguntou Arthur.

-Pensem em algo concreto. - falou Markus.

-Como assim? - perguntou Arthur.

-Com certeza deve existir algum lugar onde ela sempre gostou de estar. Pensem bem, Georg não iria deixar que ela viesse a desconfiar de alguma coisa e segundo, ela deve estar pensando que eles estão tirando férias e por isso o lugar deve ser maravilhoso.

-Acho que você tem toda a razão Markus - comentou Ben - Mas também para um lugar onde ela sempre gostou de estar, nós saberíamos e isso seria fácil de se associar. Não, não creio que eles a tenham levado para algum lugar conhecido por nós. Por outro lado eu desconheço totalmente os gostos de Karin.

-Mas talvez exista alguma coisa na casa deles que você possa achar, Ben, ou mesmo se identificar e levá-lo até ela. Acho que se você indagar alguma coisa à empregada, ela não vai levantar suspeitas, não custa perguntar - falou Markus.

-Mas eu já estive lá. Não creio que eu possa descobrir mais do que já descobri - falou Ben sem esperanças.

-Você já esteve com os pais dela? Talvez com a mãe dela em particular, por exemplo? Filhas sempre confidenciam alguma coisa para a mãe. Vá visitá-los, leve flores, bombons, mulheres gostam dessas coisas - Ben sorriu achando boa a sugestão de Markus.

-Vou fazer isso o mais rápido possível. - respondeu ele.

-Eu já contactei um dos meus homens para seguir Georg e vou saber se temos novidades - disse Markus.

-Pode esquecer, ele também está sumido há dias, mesmo antes do meu rapto. - falou Ben.

-Tenho alguns homens de confiança que estão no pé dele há tempo, não se preocupe, ele vai aparecer, esteja certo - falou Markus.

-Será que não há nada mais que possamos fazer? - perguntou Ben na esperança de ouvir uma outra sugestão.

-Infelizmente não Ben. Georg, Steffany e Klaus estão envolvidos com pessoas bem perigosas, mesmo que eles quisessem retornar, desistir, eles não poderiam. - disse-lhe Arthur.

-A coisa é muito séria Ben. Basta te dizer que eles não só ofereceram os dados para os australianos como também para os russos altamente ricos, poderosos e que estão envolvidos com o governo. - esclareceu Markus.

-Eles enlouqueceram de vez. E a polícia? Acha que eu deveria contar tudo o que sei para o inspetor Teuscher? - tentou Ben ainda argumentar. - Ele poderá me prender a qualquer momento.

-Eles também não sabem muita coisa, até onde eu sei, eles estão juntando os pedaços. Nós estamos mais a frente porque os personagens desse caso, são por acaso, nossos conhecidos. Por isso sabemos mais que eles, mas infelizmente nenhum de nós tem provas suficientes para incriminá-los. A Interpol mesmo, para quem eu trabalho, também não tem mais informações do que a polícia alemã ou a polícia holandesa ou a polícia austríaca ou outra lá que esteja envolvida. É um caso muito melindroso onde todos nós já perdemos alguém bem querido - comentou Markus lembrando-se de Margot.

Ben pensou em perguntar por Gabriella, mas achou melhor não fazê-lo. Ele ainda não estava convicto se podia confiar mesmo em Arthur. E será que ele poderia realmente confiar nesse tal de Markus Krämer? E se tudo não passasse de uma cilada dos dois para saber se ele já havia achado os dados? E se esses dois trabalhassem para uma dessas gangues? Eu não confio em mais ninguém que não seja eu mesmo - pensou Ben.

Ele não ficou ali muito tempo, pois precisava voltar para a redação e procurar os benditos dados, ele precisava fazê-lo.

-Mas por onde começar? - pensou Ben.

Ben se levantou e se despediu de ambos, Arthur fez menção em levantar-se e quis ir junto com Ben, mas Markus pediu-lhe que ficasse um pouco mais, pois ele tinha um pacote de Margot para ele.

Ambos foram em direção ao carro de Markus que estava estacionado no pátio de uma igreja católica ali na Altstadt.

- Isso é de Margot para você. Ela entregou-me há algum tempo atrás quando os cientistas envolvidos com toda esta história, começaram a morrer. Ela me pediu que se um dia alguma coisa lhe acontecesse que eu deveria entregá-lo a você.

-O que é isso?

-É melhor que você mesmo veja em casa com calma.

Markus o abraçou fortemente e entrou no carro. Ele tinha saudades de Margot. Arthur pôde ver isso em seus olhos, ele deveria estar sofrendo muito.

Arthur ainda caminhou sem rumo pela cidade velha e somente quando estava anoitecendo ele chegou ao seu apartamento. Preparou uma dose de whisky para ter coragem de abrir o pacote que Margot havia deixado para ele. Sentou-se no sofá e lentamente o foi abrindo.

As lágrimas vieram-lhe aos olhos e desceram pelas suas faces à medida que via as fotos deles do tempo da universidade.

-Bons tempos!

Um tempo ingênuo que nunca mais iria voltar. Ele e Freddy rindo abraçados, ele e Claire sua primeira paixão. Margot, Claire, Freddy e eles pescando...

Tudo agora era saudade, Arthur se sentia pesado, cansado, envelhecido.

Se ele pudesse voltaria ao passado e faria algumas coisas diferentes.

Havia uma carta lacrada para ele. Era de Claire. Ele franziu a testa sem entender o porquê de uma carta de Claire para ele, mas à medida que ia lendo ele mal podia acreditar...

Meu querido Arthur, sinto muito ter feito você sofrer e sinto também ter-me feito sofrer. Mas eu pensava não ser a pessoa mais indicada para caminhar a seu lado. Por isso preferi deixar você seguir o seu caminho. Seu futuro era muito promissor e eu tudo o que queria da vida era tocar meu violão. Eu sabia que você se tornaria um grande redator e eu ao seu lado só iria te atrapalhar.

Você sabe como eu sempre fui meio maluca, eu e o meu violão nascemos para ficarmos juntos. Eu pensava que não poderia me casar, pois nasci para ser livre. Esse foi o meu primeiro pensamento em relação a nós dois quando terminamos os nossos estudos.

Mas o destino havia resolvido brincar comigo, pois três meses depois que nos separamos, eu descobri que estava carregando em meu ventre o fruto do nosso amor e aí eu entendi que ser livre era estar a seu lado, mas você havia partido para a Alemanha. Não o culpei por isso é claro, pois toda a decisão havia sido minha. A gravidez encheu-me de coragem e eu recebi o nosso filho com lágrimas nos olhos e dei a ele o nome de Markus.

-Markus! - exclamou Arthur lentamente - Meu Deus! Markus? Não pode ser!

Arthur agora devorava as palavras daquela carta, pois ele queria conhecer o final daquela história.

Pois é, ele nasceu grande como você e com os cabelos da cor dos seus. Quando eu reuni coragem para embarcar para a Alemanha e te contar toda a verdade, eu soube que você havia se casado e então preferi não atrapalhar a sua felicidade. Mas eu queria, Arthur, que você soubesse que você foi o meu único e grande amor. Que antes de você eu nunca soube o que era o amor e depois de você o meu único amor foi o nosso filho.

Eu, Margot, escrevi esta carta para você Arthur. Pois eu sei que Claire, minha irmã sempre quis te dizer isso pessoalmente. Mas quando Markus tinha 7 anos ela sofreu um acidente de carro e faleceu no mesmo instante.

Eu tomei Markus como meu filho, mas jurei no túmulo dela que um dia lhe contaria toda a verdade, pois este era o desejo da minha irmã. Mas parece que o destino não quis que eu estivesse viva para esse encontro seu com o seu filho. Markus conhece toda a verdade, pois Claire sempre falou de você com muito orgulho, amor e carinho para ele. Ela ensinou Markus a te amar e ele te ama e te respeita como pai. Eu espero Arthur, meu grande amigo, que vocês possam ser felizes como pai e filho que nunca puderam estar juntos.

Sua amiga Margot.

Arthur tinha um nó na garganta, as lágrimas lhe escorriam grossas pelo rosto. Ele estava como um débil repetindo o tempo todo em voz alta e embargada pelas lágrimas.

-Ó Deus! Eu tenho um filho! Um filho com Claire! Um filho! Um filho! Muito obrigado, Claire, muito obrigado, Margot, minha grande e fiel amiga!

Ele chorava agora tão alto e tão convulsivo que não podia mais controlar-se. Tudo era diferente, ele tinha agora um motivo de ser, um motivo pelo qual lutar, lutar e vencer e ele iria vencer.

Já era bem tarde da noite quando o sono, o cansaço e a embriagues o pegou e o fez adormecer entre o sonho e a realidade de ser pai. Toda esta revelação para ele havia sido demais.

-Eu sempre te amei. Eu sempre te amei. - repetia Arthur sem saber mais se era parte da carta que ele havia lido ou se era o interior dele que confessava ainda amar Claire, o seu grande amor da juventude.

******

- BEN X GABRIELLA -

Markus encontrou o endereço de Gabriella e nesta noite ele tocou três vezes seguidas a campainha de sua porta como ele sempre fazia e depois tornou a tocar mais três vezes seguidas e imediatamente a porta se abriu. Gabriella o abraçou, feliz por vê-lo, mas ficou mais surpreendida quando Markus colocou-se de lado e Ben apareceu em sua frente.

-Vocês têm muito que conversar, mas eu também precisava vê-la. Ben, você sabe onde e como me encontrar.

E assim Markus se foi e Ben entrou no apartamento pequeno onde Gabriella estava escondida. Ele tinha os olhos brilhantes e a voz embargada pela emoção.

-Nem sei por onde devo começar. - disse Ben meio sem jeito. Gabriella por sua vez não sabia também o que dizer. Seus pensamentos estavam confusos..., mas o seu coração lhe dizia que ele era inocente e que ela precisava ouví-lo.

-Que tal pelo começo? Quero saber sobre Richard.

-Eu não o matei, isso eu posso te dizer. - respondeu Ben sentando-se no pequeno sofá.

-Já podia imaginar depois do que Markus me contou sobre os atentados.

-Gabriella, estou tão feliz por você estar viva, por favor deixe-me te contar toda a minha vida, tudo o que eu sempre quis esconder por vergonha e medo do meu passado.

E então Ben começou a contar-lhe tudo.

Ele também lhe contou o quanto ele ficou feliz quando eles se conheceram e dele saber que ele era capaz de amar.

E quando Ben disse isso, ele estava sendo tão sincero, suas palavras estavam tão envolventes que Gabriella não resistiu e o abraçou e eles se beijaram e ali mesmo no pequeno sofá eles se amaram. Se amaram com tanta intensidade como que querendo compensar o tempo perdido entre eles.

Mais tarde Gabriella tornou a interrogá-lo...

-Mas o que tenho eu a ver com tudo isso? Por que Steffany e Klaus atentam contra a minha vida? O que foi que eu fiz a eles?

-Tudo isso é porque nos amamos Gabriella. Steffany se sente uma perdedora, ela não conhece a palavra derrota. Compreende?

-Não, não compreendo.

-Isso ainda não é tudo Gabriella. Por que você não me contou que estava grávida? Grávida de mim? Que esperava um filho meu?

Gabriella surpreendeu-se com a revelação.

-Foi Markus quem te contou?

-Não, eu soube por Steffany.

Ben tentou encontrar as palavras certas para contar-lhe toda a verdade.

-Como assim por Steffany, eu nunca lhe disse que estava grávida de você.

-Eu sei, mas em seu apartamento em Colônia tinha e tem câmaras secretas espalhadas por todos os lados. Steffany nunca tirou o olho de você. Cada passo seu estava sendo vigiado e controlado, por isso ela sabia de tudo. Eu sei que tudo o que Steffany faz, é tão perfeito e real que ninguém pode acreditar em outra coisa. Por outro lado eu também fui envolvido em tudo isso e sei o que ela já me aprontou. Por um tempo eu até acreditei que ela havia mudado, mas agora sei que não - Falou Ben amargurado.

- Eu tenho algo muito importante para te dizer, meu amor - continuou ele. - E sei que você vai ficar enlouquecida de alegria. - falou ele imaginando na alegria dela ao ficar sabendo que o filho deles vive. Mesmo sabendo que teria de dizer-lhe que naquele momento Víctor estava sendo refém de Georg e essa era a parte mais difícil.

-Eu também tenho algo para te revelar Ben e é algo bem triste.

Ben já podia imaginar o que seria. As mãos dela estavam tremendo e ela por si só tremia muito. Seus olhos estavam cheios de lágrimas e ela balançava a cabeça negativamente. Ele podia perceber o tamanho da sua dor. Ele a tomou nos braços e ela chorou alto e convulsivamente.

-Ele está vivo Gabriella. O nosso filho está vivo. - Ela afastou-se dele lançando-lhe um olhar interrogativo. Ele continuou. - O nosso filhinho está vivo e se chama Victor. E ele é lindo, saudável e inteligente!

Ben respirou fundo. Ele não sabia como continuar o resto daquela história. Seus olhos azuis estavam brilhantes pelas lágrimas, pela dor, pelas recordacoes.

-Não pode ser Ben, eu o enterrei.

-Você enterrou o filho de alguma outra, mas não o nosso filho. O nosso filho está vivo em algum lugar que eu desconheço. - agora vinha para ele a parte mais difícil. - Ele foi raptado por Georg, Steffany e Klaus. Eu mesmo tive a alegria de tê-lo nos braços muitas vezes quando visitei Georg e Karin durante estes anos. Ah, se eu soubesse que ele era o nosso filho...

Ben não agüentou e deixou-se levar também pelas lágrimas.

-Quando você foi enviada a Lion para aquele trabalho de última hora, eles já tinham planejado tudo. Primeiro eles forçaram o seu chefe a te enviar para lá, pelo que fiquei sabendo, Röstner lhe devia alguns favores. Depois, no hotel em Lion, Steffany e Klaus e mais algumas pessoas que trabalham para eles te levaram para uma clínica sedada e lá eles te submeteram a uma cesariana e roubaram o nosso filho. Georg meu irmão o levou para casa e contou uma história fascinante para Karin, sua esposa, e ela recebeu o menino.

-Mas como eles podem ter o controle sobre a vida de tantas pessoas?

-Não me pergunte, porque eu também não sei.

-E essa Karin, onde ela está agora? Vamos atrás dela.

-Não é tão simples assim e você ainda desconhece parte de toda esta trama.

E então Ben começou a contar-lhe sobre as experiências do pai e de tudo como se deu e que agora ele teria que achar esses dados. Só assim eles lhe devolveriam o pequeno Victor.

-Eu mal posso acreditar em tudo isso! E você sabe onde esses dados estão? - perguntou Gabriella nervosa andando para lá e para cá na pequena sala do apartamento de uma colega dos tempos de faculdade.

-Eu não tenho a menor idéia. - respondeu Ben desanimado. - Eu tenho andado como louco tirando tudo do lugar na tentativa de encontrá-los.

-E Arthur?

-Ele também não sabe.

-Meu Deus! Isso é terrível de pensar. Logo ago ra que temos o nosso filho ele nos é arrancado das nossas mãos. Ben, nós precisamos fazer alguma coisa, pelo amor de Deus, nós precisamos agir. - falou Gabriella entre lágrimas.

Ela estava desesperada e tentava pensar em algo, mas ela não conseguia pensar em nada. As emoções daquele dia já tinham sido demais para ela.

-Eles não estão brincando, Ben, eu já senti na pele o que eles podem fazer para chegar aonde eles querem. - ela agora só pensava no filho, no risco que ele deveria estar correndo. Eles precisavam fazer algo e bem depressa.

-Eu sei Gabriella, eu também já senti na pele.

-Você me disse que para a polícia você é o principal suspeito pela morte daquela mulher encontrada morta no rio Reno. E quem sabe pelos outros corpos também. Por acaso você conhecia essa mulher que foi assassinada por eles??

-Não. Aquela infeliz foi resultado das experiências feita por eles.

-Meu Deus! Quanta gente mais precisa morrer?

-Espero que nenhum de nós, mas por outro lado eu não posso contar essa história para a polícia. - respondeu-lhe Ben.

-Por que não?

-Você acha que eles iriam acreditar numa história dessas? De que alguém descobriu como prolongar a vida replicando as células do corpo?

-Mas quem sabe a polícia também já descobriu alguma coisa relacionada com isso e ela poderia nos ajudar. - contestou Gabriella.

-Seria arriscado demais, e por outro lado, eu não quero pôr a vida do pequeno Victor em risco. Seria perigoso demais.

-Me conte, Ben sobre ele, quando você o teve nos braços, você o achou parecido comigo ou com você? Me conte os detalhes, como são os seus cabelos? Que cor tem os olhos? Eu não tive a mesma sorte que você, eu nem sei como ele é. Eu nunca o vi. - falou ela com tristeza.

Gabriella agora sonhava com a possibilidade de Victor estar vivo em algum lugar. Isso a deixou cheia de forças e esperanças e por ele ela iria lutar até as suas últimas forças, por ele ela traria aquela gente para o inferno se preciso for, mas o filho dela, ela o teria de volta.